domingo, 25 de março de 2012

A maior da maior das dores ...





"A maior da maior das dores,
É meu coração ser poeta.
E na paleta de todas as cores,
Pincelar versos que lembram você.

Como luzes da cidade,
Ou uma sereia que canta no mar,
Como versos, como músicas,
Como alguém que eu possa amar.

A maior de todas as dores,
Nasce no calor d’um beijo,
Num ímpeto, num desejo,
 Numa vontade sem pensar.

A maior da maior das dores,
Rasga a fibra do meu peito,
Devora-me esse seu jeito,
De falar com o seu olhar.

Seu olhar hoje diz pra mim,
Que minha paixão não vale nada,
Que você é livre e bem amada,
Sou eu que preciso de você...

A maior da maior das dores,
É o mundo perder as cores
No toque dos seus amores,
Minha pintura começa a morrer."


George Lai

domingo, 11 de março de 2012

Pequeno Conto ...





Era uma vez um pequeno Verso,
Que não escrevia um conto qualquer,
Nem lembrava uma ode sequer,
Como almejava o pobre poeta.

O verso desenhado em cada página,
Buscava encontrar um só segredo,
Que desvendasse seus amores e medos,
Sem nunca, nunca, deixar de sonhar.

Triste era o pequenino Verso
Que nem no dicionário mais diverso,
Encontrou palavras para poder versar,
Esqueceu-se dos poemas, jogou-se no mar...

Grandes mares de infinitos encantos,
O Verso escutava apenas os cantos,
Das sereias que colocavam-se a cantar,
Os segredos mais profundos,
Das profundezas do mar...

De segredos em segredos a saltar,
O Verso encontrou aquilo que buscava,
Era a Música, sua amada,
Que sozinha cantava
O que Verso achava ser um grande segredo...

Cantava ela e ele escrevia,
Para que suas linhas virassem estrofes,
E suas estrofes virassem poesia :

“São tantos diferentes sons,
De incompreensíveis e belos tons,
Que trouxera-me até ela ...
Como melodia, criatura mais bela...
Saudade de nunca mais esquecer...”

E feliz foi o Verso,
Enquanto o mar engolia,
O que restava de sua tinta,
E ele desapareceu...

Deixou sua amada, tão bela intocada...
Cantar pelos Oceanos, sua última canção
“Como melodia, canção mais bela...
Versos não seriam poesia sem ela...”