Amarga a alma
a ausência.
A ausência,
amarga a alma.
A amarga ausência,
Alma.
Amarga ausência
Ausente alma.
Alma, ausência,
Ausência?
Abismo...
Kuosan Lai
sábado, 16 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
"Quando enfim acabar minha vida
Deixarei para alguém as poesias escritas
São versos em estrofes repetidas
São vazios, e de vazios são preenchidas.
Com audácia chamo poesia
Os rabiscos de todos os meus dias
E se há algum testamento
Que sejam os meus sentimentos.
São palavras incompletas
Das dedicatórias (simples) repletas
E os ressentimentos em palavras seletas...
As pobres rimas sem métrica.
Dedico os escritos a ela,
Vazios em páginas, súplicas.
São versos, e versos são ela
Meus poemas ?
São todos dela.
Kuosan Lai
"E ele que achava poetizar
sobre luar, luzes, sobre o mar
A ponta da pena em tinta
De grito, de lágrimas que pinta
de partida...
O poeta diz adeus e sublima
no sonho dá asas à rima
Ainda o amor por viver
O medo d'ainda amar você
Ele ama você, é poeta.
É poeta e ama você
Ele é poeta e quer escrever
Que só é poeta (e não sabe dizer)
porque ama você.
Kuosan Lai
terça-feira, 12 de junho de 2012
"O homem manda no relógio,
Dá corda relógio! Acorda!
O relógio manda no homem,
Acorda, agora, olha a hora!
O homem não manda mais
O que o relógio quer, ele faz
Discutem o relógio e o homem
São relógios e homens?
Ou homem-relógio?"
Kuosan Lai
sábado, 9 de junho de 2012
"As luzes querem adormecer, sozinhas, o dia,
Como o erro refletido na manhã tão tardia.
Tantas saudades são, agora, lembranças sombrias,
Quantas delas são verdades? Quantas são mentiras?
A falta que ela faz não consegue ser descrita,
Nem pintada em colorida tinta, nem mesmo fingida,
Nem musicada em nota, nem em mais bela sinfonia,
A dor que ela deixa só consegue ser sentida.
Como aquele primeiro beijo de Outono,
E o calor inesquecível dos seus abraços.
Como as cores tão vividas de uma fotografia,
E o inverno tão triste que sua partida anuncia.
Como a fragrância inesquecível do seu perfume,
Os goles de álcool que afogaram meus ciúmes.
E até seu jeito tão especial de chamar meu nome,
Não passa de uma enorme dor que me consome.
E a saudade tão triste que ainda existe em mim,
É só saudade e a saudade para de doer no fim.
Enquanto o tempo lava as cicatrizes das feridas.
São paixões e não a
saudades que devem ser vividas.”
Kuosan Lai
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Sou um meio, meio assim...
Meio mais ou menos,
Meio do tudo ou nada
Meio amada
Meio demais às vezes
Meio da pá virada
E dias de meio nada!
Meio tudo que precisam
Meio importante, ou não
Meio sorriso e solidão
Meio do meio, do lado
Meio do lado de lá
Meio caminho andado
E as vezes meio abandonado!
Meio necessário
Meio degrau e ponte
Meio mão e fonte
Meio sem horizonte
Meio abstrato, impalpável
Meio abominável
E assim meio descartável!
Não importa quanto tempo passe
Nem o que eu viva, enfim
Sempre me fazem acreditar
Que eu sou um meio e não um fim!
Helena Alves Pereira
quarta-feira, 6 de junho de 2012
"Todos os dias
Despertador, escova,
Pasta de dente,
Chuveiro.
Guarda-roupa,
sapato, rua,
parada, ônibus,
motorista, cobrador.
Trabalho, cansaço,
chefe, reclamação,
relógio, tempo
Tempo no relógio.
Estrada, casa,
lua, noite, rua,
chuveiro, colgate,
escova, despertador"
Kuosan Lai
terça-feira, 5 de junho de 2012
"Não ouso escrever outros versos
Só rabisco contornos em pena
São palavras jogadas num tema
São mais rabiscos, que poemas."
Kuosan Lai
Só rabisco contornos em pena
São palavras jogadas num tema
São mais rabiscos, que poemas."
Kuosan Lai
domingo, 3 de junho de 2012
Diga-me como fazer para não me apaixonar por você, como não
amá-lo, afinal você veio como um estranho e de mansinho foi ganhando espaço no meu
coração.
Então diga-me meu doce estranho como não ansiar por ti, como
não deseja-lo... ensina-me a viver sem ti, instrua-me meu doce estranho!
Pois já agora movida por esse sentimento a muito esquecido
por mim, ouço canções tristes, movo estrelas e luares em meio aos meus
pensamentos e faço findar todos os dias em suspiros e uma suposta quietude.
Danielle da Costa
Sonhos,
responsabilidades, lugares, pessoas, tudo isso amontoa arrastando-se nos meus dias.
O mundo depois de crescer não era tão divertido quanto eu conseguiria imaginar há
alguns anos atrás. Quanto mais eu ando mais as paredes perdem sua tintura, os
prédios estão ruindo e tudo está ficando cada vez mais cinza. O céu não é mais
tão azulado e as coisas não são mais tão simples assim. As horas estão cada vez
menos vagas, as pessoas estão cada vez mais sozinhas enquanto todo mundo é
obrigado a estar junto a todo instante.
Pra
cada dia diferente existe um manual de um milhão de páginas, ensinando o que deve
e o que não deve ser feito. Cada novo projeto, cada novo passo dado, exige
esforço na incerteza da concretização. Aquele papo sobre “seguir os sonhos” não
parece mais tão fácil como era antes, “fazer o que gosta” passou a ser “fazer o
que gosta e bem feito”. O peso nos ombros curva as pessoas e faz com que elas se
esqueçam de olhar para as nuvens e vejam apenas o cinza do concreto.
Viver
um grande amor é muito mais complicado do que está escrito nos contos de fadas,
esforço nem sempre é recompensado com realização. Às vezes não existe uma
solução pra todas as coisas, as pessoas nem sempre vão tentar entender suas
dificuldades.
O mundo
que eu vivo é o mundo que distingue as pessoas pela cor da pele, dá valor às
pessoas de acordo com os automóveis que elas dirigem e que define o homem de
acordo com a quantidade de moeda que ele guarda no cofre. É o mundo onde se
distribui beijo na boca sem nem ter aprendido a se apaixonar de verdade. É o
mundo que conta os segundos, mas não consegue perceber as horas que estão
escorrendo por entre os dedos, perdidas.
É o
mundo onde se diz “eu te amo” todo o tempo, mas não sabe aclamar uma bela
poesia. As pessoas daqui caminham olhando pro cinza do asfalto. Talvez seja
porque elas sentem medo de levantar a cabeça e ver o céu. Pra lembrar quantos
sonhos elas esqueceram, quantos valores se perderam, quantos amores elas não
viveram e quanto tempo elas desperdiçaram sem se dar conta.
Muitos
anos atrás eu me imaginava hoje com um sorriso nos lábios, satisfeito com o
pouco que tenho e conformado com as coisas que acontecem. Mas eu não quero mais
esse monte de pessoas emolduradas num porta-retratos digital, dessa amizade
virtual. Eu quero ver mais o sorriso das pessoas ao invés de ouvir a voz delas
pelo telefone. Eu quero resguardar um beijo pra valorizar um abraço e apreciar
os momentos. Eu quero um passeio no parque ao invés de uma noite de sexo. Eu
quero viver.
Antes
havia tanta vida lá fora, era só abrir a porta. Hoje está tudo morrendo aos
poucos, as pessoas fogem para dentro de
suas casas com medo da liberdade do campo. Elas querem assistir pela tela da
TV, acompanhar pelo tablet e pelo monitor, mas não querem tocar o verde da
grama e nem sentir o cheiro das flores. Há tanta vida lá fora, quanto falta
vida aqui dentro. Quanto mais as pessoas se lembrarem de como viver, mais vão
voltar as cores da cidade, pintar os campos e prédios de liberdade, e lembrar
que o mundo não se trata SÓ DE VOCÊ.
sábado, 2 de junho de 2012
Como um entrelace de respirar pesado
Eu quero deitar meu corpo cansado
No teu seio de perfume rosado
Despir o peso do meu fardo
Derramar minha vida em você,
Delinear suas asas com cuidado
Pincelar seu contorno em glacê
Roubar carinhos indomados.
Afogar suspiros em seus lábios
Inventar sussurros delicados,
Dançar acompanhando seus passos,
Apenas para guarda-la em meus braços.
Quero o seu toque para entorpecer,
Enquanto você não pode me pertencer...
O quanto preciso dizer:
Quero tanto você...
Quero seu sorriso pra transformar em verso,
Dos seus segredos mais diversos.
E suspiros arrancar enfim...
Quero tanto você pra mim...
sexta-feira, 1 de junho de 2012
"Quanto mais eu fujo
Mais eu volto
Porque quanto mais eu corro
Mais eu paro
Não há fuga
Nem onde se esconder
Nem há caminho
Pra onde correr
Não há movimento
Onde existe problema
Quanto mais desafio
Maior solução
Quanto menos eu paro
Mais eu corro
Quanto mais eu luto
Menos tenho que lutar
Quanto menos eu fujo
Mais eu corro
Porque quanto mais eu luto
Menos preciso fugir."
Kuosan Lai
"Pela fresta da janela
O mundo inteiro pra ver
O alaranjado clarear do dia
Azulado o teto pra esquecer.
A cortina desenha um véu
O algodão doce no céu
De rima pobre na folha
O poeta sonha com asas
A caneta que risca um verso
Voa pra fora da casa
Versos, são asas, canetas, são penas
As estrofes podem voar
Poetiza aquilo que vê
Encanta o pequeno poeta.
Ele só pode ver pela janela,
Poemas,janela, verso, tela"
Kuosan Lai
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