terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sempre os mesmos versos vencidos pela repetição enfadonha






Enquanto houver poesia em mim,
Enquanto existirem versos em mim,
Haverá um pouco de você em mim.
Um pouco de você em mim.

Enquanto cantarem versos,
Enquanto versar tão dispersos,
Haverá sentimentos incertos,
Como você, tão incertos.

Como você, tão incertos,
Enquanto cantarem versos,
Um pouco de você em mim
Enquanto versar tão dispersos.

Enquanto existirem versos,
Haverá sentimentos incertos,
Enquanto houver poesia em mim,
Haverá um pouco de você em mim.

Haverá você em mim,
Simples assim...



Kuosan Lai

sábado, 3 de novembro de 2012

Eu tenho ...







“Eu tenho pressa em viver,
em distribuir mais sorrisos sinceros,
receber e retribuir abraços singelos

Tenho pressa em encontrar,
uma desculpa nova para amar,
uma razão para o peito tremar.

Eu remo contra a correnteza da vida,
que passa n’um fluxo de inicio e fim,
com o tempo certo reservado para mim.

Tenho pressa de ser feliz.
De sorrir e chorar de novo,
de amar e esquecer de novo,
de encontrar outro você
de novo

Tenho pressa em sentir sua presença,
em agoniar e sofrer sua  ausência,
em ter aquele você mais uma vez.

Tenho pressa em esquecer para sempre,
as promessas que fizemos de futuro,
( juntos)
a sua ausência no meu presente ...
(tão de repente)
o passado que será seu.
(Eternamente)”

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Outro poema idiota





As mãos que foram feitas para sentir
Não podem tocar as estrelas do universo,
Mas transformam o infinito em versos.

Buscam desesperadas nas horas do relógio
Vestígios de algum toque seu,
Algum entrelaçar dos seus dedos nos meus.
Alguma sensação que já se perdeu.

A mão agora segura a caneta sozinha,
Arriscando rimas e estrofes...
Arrisca dizer que já se esqueceu,
Mas não admite que o amor nunca morreu.

Enquanto houver você em mim,
Todos os meus rabiscos serão assim...
Alguma baboseira sobre saudades de alguém,
Uma ou outra besteira sobre não amar ninguém...

E poemas que falam de estrelas,
Mas que nas entrelinhas querem dizer...
O quanto sinto falta de você.

Kuosan Lai

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O que se perde... ?




"O homem está sempre perdendo
Perde a chave, perde argumento.
Até se nada perde no momento,
No mínimo já perde tempo.

Já perde abraço, já perde hora,
No mínimo ele perde o agora.
Perde um sorriso, perde tudo...
Perde o dia e o homem chora.

O homem passa tempo demais,
Tentando chegar ao destino.
Olha no relógio, qual é a hora?
Esquece tudo, a hora é agora.

O homem perde tempo demais,
Tentando não perder nenhum tempo...
O que o homem não pensa jamais:
No fim, quanto valeu o tempo?

O homem perde a vida inteira,
Tentando encontrar mais tempo...
Quando não percebe que o importante
É agora, esse exato momento..."





Kuosan Lai






sábado, 16 de junho de 2012

Amarga'lma

Amarga a alma
a ausência.


A ausência,
amarga a alma.


A amarga ausência,
Alma.


Amarga ausência
Ausente alma.


Alma, ausência,
Ausência?
Abismo...




Kuosan Lai

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Testamento



"Quando enfim acabar minha vida
Deixarei para alguém as poesias escritas
São versos em estrofes repetidas
São vazios, e de vazios são preenchidas.

Com audácia chamo poesia
Os rabiscos de todos os meus dias
E se há algum testamento
Que sejam os meus sentimentos.

São palavras incompletas
Das dedicatórias (simples) repletas
E os ressentimentos em palavras seletas...
As pobres rimas sem métrica.

Dedico os escritos a ela,
Vazios em páginas, súplicas.
São versos, e versos são ela
Meus poemas ?
São todos dela.

Kuosan Lai

Pseudo-poeta


"E ele que achava poetizar
sobre luar, luzes, sobre o mar
A ponta da pena em tinta
De grito, de lágrimas que pinta
de partida...

O poeta diz adeus e sublima
no sonho dá asas à rima
Ainda o amor por viver
O medo d'ainda amar você

Ele ama você, é poeta.
É poeta e ama você
Ele é poeta e quer escrever
Que só é poeta (e não sabe dizer)
porque ama você.


Kuosan Lai

terça-feira, 12 de junho de 2012

Relógio



"O homem manda no relógio,
Dá corda relógio! Acorda!

O relógio manda no homem,
Acorda, agora, olha a hora!


O homem não manda mais
O que o relógio quer, ele faz
Discutem o relógio e o homem
São relógios e homens?
Ou homem-relógio?"


Kuosan Lai

sábado, 9 de junho de 2012

Aquele março só dela ...






"As luzes querem adormecer, sozinhas, o dia,
Como o erro refletido na manhã tão tardia.
Tantas saudades são, agora, lembranças sombrias,
Quantas delas são verdades? Quantas são mentiras?

A falta que ela faz não consegue ser descrita,
Nem pintada em colorida tinta, nem mesmo fingida,
Nem musicada em nota, nem em mais bela sinfonia,
A dor que ela deixa só consegue ser sentida.

Como aquele primeiro beijo de Outono,
E o calor inesquecível dos seus abraços.
Como as cores tão vividas de uma fotografia,
E o inverno tão triste que sua partida anuncia.

Como a fragrância inesquecível do seu perfume,
Os goles de álcool que afogaram meus ciúmes.
E até seu jeito tão especial de chamar meu nome,
Não passa de uma enorme dor que me consome.

E a saudade tão triste que ainda existe em mim,
É só saudade e a saudade para de doer no fim.
Enquanto o tempo lava as cicatrizes das feridas.
São paixões e não a saudades que devem ser vividas.”


Kuosan Lai

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Meio



Sou um meio, meio assim...
Meio mais ou menos,
Meio do tudo ou nada
Meio amada
Meio demais às vezes
Meio da pá virada
E dias de meio nada!

Meio tudo que precisam
Meio importante, ou não
Meio sorriso e solidão
Meio do meio, do lado
Meio do lado de lá
Meio caminho andado
E as vezes meio abandonado!

Meio necessário
Meio degrau e ponte
Meio mão e fonte
Meio sem horizonte
Meio abstrato, impalpável
Meio abominável
E assim meio descartável!


Não importa quanto tempo passe
Nem o que eu viva, enfim
Sempre me fazem acreditar
Que eu sou um meio e não um fim!


Helena Alves Pereira



quarta-feira, 6 de junho de 2012

Dias



"Todos os dias
Despertador, escova,
Pasta de dente,
Chuveiro.


Guarda-roupa,
sapato, rua,
parada, ônibus,
motorista, cobrador.


Trabalho, cansaço,
chefe, reclamação,
relógio, tempo
Tempo no relógio.


Estrada, casa,
lua, noite, rua,
chuveiro, colgate,
escova, despertador"




Kuosan Lai

terça-feira, 5 de junho de 2012

Não faço mais poemas

"Não ouso escrever outros versos
Só rabisco contornos em pena

São palavras jogadas num tema
São mais rabiscos, que poemas."


Kuosan Lai

domingo, 3 de junho de 2012

Saudade



Diga-me como fazer para não me apaixonar por você, como não amá-lo, afinal você veio como um estranho e de mansinho foi ganhando espaço no meu coração.

Então diga-me meu doce estranho como não ansiar por ti, como não deseja-lo... ensina-me a viver sem ti, instrua-me meu doce estranho!

Pois já agora movida por esse sentimento a muito esquecido por mim, ouço canções tristes, movo estrelas e luares em meio aos meus pensamentos e faço findar todos os dias em suspiros e uma suposta quietude.



Danielle da Costa

Desabafo


                Sonhos, responsabilidades, lugares, pessoas, tudo isso amontoa arrastando-se nos meus dias. O mundo depois de crescer não era tão divertido quanto eu conseguiria imaginar há alguns anos atrás. Quanto mais eu ando mais as paredes perdem sua tintura, os prédios estão ruindo e tudo está ficando cada vez mais cinza. O céu não é mais tão azulado e as coisas não são mais tão simples assim. As horas estão cada vez menos vagas, as pessoas estão cada vez mais sozinhas enquanto todo mundo é obrigado a estar junto a todo instante.

                Pra cada dia diferente existe um manual de um milhão de páginas, ensinando o que deve e o que não deve ser feito. Cada novo projeto, cada novo passo dado, exige esforço na incerteza da concretização. Aquele papo sobre “seguir os sonhos” não parece mais tão fácil como era antes, “fazer o que gosta” passou a ser “fazer o que gosta e bem feito”. O peso nos ombros curva as pessoas e faz com que elas se esqueçam de olhar para as nuvens e vejam apenas o cinza do concreto.

                Viver um grande amor é muito mais complicado do que está escrito nos contos de fadas, esforço nem sempre é recompensado com realização. Às vezes não existe uma solução pra todas as coisas, as pessoas nem sempre vão tentar entender suas dificuldades.

                O mundo que eu vivo é o mundo que distingue as pessoas pela cor da pele, dá valor às pessoas de acordo com os automóveis que elas dirigem e que define o homem de acordo com a quantidade de moeda que ele guarda no cofre. É o mundo onde se distribui beijo na boca sem nem ter aprendido a se apaixonar de verdade. É o mundo que conta os segundos, mas não consegue perceber as horas que estão escorrendo por entre os dedos, perdidas.

                É o mundo onde se diz “eu te amo” todo o tempo, mas não sabe aclamar uma bela poesia. As pessoas daqui caminham olhando pro cinza do asfalto. Talvez seja porque elas sentem medo de levantar a cabeça e ver o céu. Pra lembrar quantos sonhos elas esqueceram, quantos valores se perderam, quantos amores elas não viveram e quanto tempo elas desperdiçaram sem se dar conta.

                Muitos anos atrás eu me imaginava hoje com um sorriso nos lábios, satisfeito com o pouco que tenho e conformado com as coisas que acontecem. Mas eu não quero mais esse monte de pessoas emolduradas num porta-retratos digital, dessa amizade virtual. Eu quero ver mais o sorriso das pessoas ao invés de ouvir a voz delas pelo telefone. Eu quero resguardar um beijo pra valorizar um abraço e apreciar os momentos. Eu quero um passeio no parque ao invés de uma noite de sexo. Eu quero viver.

                Antes havia tanta vida lá fora, era só abrir a porta. Hoje está tudo morrendo aos poucos, as pessoas fogem  para dentro de suas casas com medo da liberdade do campo. Elas querem assistir pela tela da TV, acompanhar pelo tablet e pelo monitor, mas não querem tocar o verde da grama e nem sentir o cheiro das flores. Há tanta vida lá fora, quanto falta vida aqui dentro. Quanto mais as pessoas se lembrarem de como viver, mais vão voltar as cores da cidade, pintar os campos e prédios de liberdade, e lembrar que o mundo não se trata SÓ DE VOCÊ. 

sábado, 2 de junho de 2012

Quero você...


Como um entrelace de respirar pesado
Eu quero deitar meu corpo cansado
No teu seio de perfume rosado
Despir o peso do meu fardo

Derramar minha vida em você,
Delinear suas asas com cuidado
Pincelar seu contorno em glacê
Roubar carinhos indomados.

Afogar suspiros em seus lábios
Inventar sussurros delicados,
Dançar acompanhando seus passos,
Apenas para guarda-la em meus braços.

Quero o seu toque para entorpecer,
Enquanto você não pode me pertencer...
O quanto preciso dizer:
Quero tanto você...

Quero seu sorriso pra transformar em verso,
Dos seus segredos  mais diversos.
E suspiros arrancar enfim...
Quero tanto você pra mim...


Kuosan Lai


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Por que fugir?



"Quanto mais eu fujo
Mais eu volto
Porque quanto mais eu corro
Mais eu paro


Não há fuga
Nem onde se esconder
Nem há caminho
Pra onde correr


Não há movimento
Onde existe problema
Quanto mais desafio
Maior solução


Quanto menos eu paro
Mais eu corro
Quanto mais eu luto
Menos tenho que lutar


Quanto menos eu fujo
Mais eu corro
Porque quanto mais eu luto
Menos preciso fugir."


Kuosan Lai

Janela



"Pela fresta da janela
O mundo inteiro pra ver
O alaranjado clarear do dia
Azulado o teto pra esquecer.

A cortina desenha um véu
O algodão doce no céu
De rima pobre na folha
O poeta sonha com asas

A caneta que risca um verso
Voa pra fora da casa
Versos, são asas, canetas, são penas
As estrofes podem voar

Poetiza aquilo que vê
Encanta o pequeno poeta.
Ele só pode ver pela janela,
Poemas,janela, verso, tela"


Kuosan Lai

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A culpa é sua!

A culpa? É sua!
É sua, e sua!
A culpa é de vocês!
Mas não é de ninguém.



Cadê a culpa?
De quem ela é ?
A culpa, sem culpa,
É culpa qualquer.


Você tem culpa,
E ele também.
A culpa, desculpa,
Mas quem é que não tem?


Kuosan Lai

Poema





Derramo sobre páginas,
Os gritos sufocados na garganta
O eco que entoa no pensar
O peso da dor que carrega
A dor e o peso da entrega.

Desisto de desistir de sonhar
Porque só a solidão resta
E o sonho embala o silêncio
E o silêncio envolve poesia
E a poesia sufoca emoções

As emoções alimentam a vida.

Só resta confiar às linhas
Os segredos rebuscados em versos
Mesmo que versasse a mentira
Neste mundo de páginas vazias
De gritos que morreram na garganta.


Kuosan Lai

Caderno





"No caderno de poesias
Um monte de versos
Ruins, mas meus.

Um punhado de sonhos
Que cabe nas mãos,
Alguns em vão,
Outros, sei não ...

Um pouco de vida,
Mais carta de despedida
Menos poemas de amor.

Mais páginas molhadas
De lágrimas derramadas
Menos farsas pintadas.

Mais poemas no caderno,
Menos resguardas em mim,
Mais rascunhos sem nexo,
Menos, mais, mesmo fim."


Kuosan Lai

Sono


Quero novas asas
Pra voar de verdade.
Pincelar realidade,
Nos planos de amanhã.

Bailar entoando a melodia
Anoitecer cantando o dia
Adormecer sob um banho de luar
Voltar, amar, voltar!


Kuosan Lai

sexta-feira, 18 de maio de 2012

P'ra onde eu vou




"Se mergulho n’outro mundo,
Não demora nem meio segundo ...
Está ao alcance da ponta dos dedos.
Deuses, monstros, aventuras e segredos.

Para salvar a princesa, de castelo em castelo,
Com seu dragão, seu irmão, flores e cogumelos.
Derruba o mundo inteiro num salto certeiro,
Um vermelho chapéu, no campo ou mausoléu.

Defende a princesa com o fulgor de sua vida
Raptada, a princesa, tão bela e perdida.
É só uma espada, um escudo e um chapéu de duende.
Com corações, canções, enfrenta o mundo pela frente.

Talvez decida ser apenas um assassino,
Que na irmandade, no passado, molda o destino.
A lâmina escondida é sua mais letal arma,
Sua coragem determina o futuro que o aguarda.

Posso até ser um menino que viaja no tempo,
Com um sapo, uma inventora, na força do pensamento.
Um pingente no peito que lembra a princesa,
Na sala do tempo a chama ainda acesa.

Posso até nascer numa terra de dragões,
Ser o escolhido, ser o rei, ser líder de legiões.
A magia, mais forte, está na força d’um grito.
Com coragem, perseverança, acima de qualquer conflito.

Mas hoje prefiro não ir a lugar algum,
Ser só eu, sozinho, sem videogame nenhum.
Hoje meu mergulho vai ser n’um lugar diferente.
Abro meu livro, viajo, esqueço da gente.”


Kuosan Lai

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Vida





"A vida é uma taça na corda bamba,
Que pende pros lados e ameaça cair.
A vida é a nota final da roda de samba.
E os misteriosos dias que estão por vir.

A vida é o verso no final de cada poesia,
A clave inicial de infinitas sinfonias.
Ela é o sorriso bonito dos dias,
E a culpada de todas as agonias.

A vida são os grandes amores de ontem,
Os sonhos mais belos de outrem,
E as tristezas que cantam mártir.

A vida é tudo aquilo que ainda não chegou,
Os dias que foram vividos no passado ...
E as incertezas que o futuro reserva.

A vida , em vida, é uma certeza só...
Na certeza, a incerteza, um eterno repouso
O tempo, em ponteiros, não volta nunca mais
Não volta, só passa, acaba rápido demais.



Kuosan Lai

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nevermind



It is so hard for me to see,
The lovers we will never be...
And it is even harder to believe,
That the one I want most,
Will never love me.

No matter how I stand,
She'll never take my hand.
No matter how hard I try,
She'll never be mine...
So nevermind.

Just let her fly high,
There are so many skies...
And a place for me to die,
So nevermind.

Release my soul,
Let her go,
To somewhere I don't know,
With someone I have never seen,
Without me, without me …



Kuosan Lai

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ela





O Ela que adoro,
Não é o Ela que vejo,
Aquele Ela que gosto,
Não é esse Ela assim.

O Ela que admiro,
Tem detalhes bonitos.
O mais belo sorriso,
E a inocência de amar.

O que d’Ela tenho,
Não é o Ela que quero,
Nem o que d’Ela faz,
Nem porque Ela choro.

O Ela que resta,
Não tem vestígios de mim,
É melhor assim?
Melhor o fim.



Kuosan Lai

sábado, 21 de abril de 2012






‎Há lutas que eu insisto,
E batalhas que desisto.
Algumas acabaram ontem,
Outras, ainda estão acabando.


Há mentiras que vejo
Verdades que choro,
Coisas que odeio,
Outras que adoro.


Há sempre um refúgio,
Pra onde eu corro,
Pra longe da chuva,
Onde eu possa descansar.


Ainda há elogios,
Para os rabiscos que escrevo,
E perdidos vestígios,
Das loucuras que faço.


Há tempo no relógio,
Que sempre vai haver,
Que corre enquanto luto,
Ou enquanto tento escrever.


Se algo meu há de ficar pra sempre,
Prefiro que seja minha poesia,
Não meus enfadonhos dias,
Nem meus amores mal resolvidos.


Porque a luta acaba,
O dia passa,
As pessoas vão embora.
Mas a poesia...é pra sempre



Kuosan Lai



domingo, 25 de março de 2012

A maior da maior das dores ...





"A maior da maior das dores,
É meu coração ser poeta.
E na paleta de todas as cores,
Pincelar versos que lembram você.

Como luzes da cidade,
Ou uma sereia que canta no mar,
Como versos, como músicas,
Como alguém que eu possa amar.

A maior de todas as dores,
Nasce no calor d’um beijo,
Num ímpeto, num desejo,
 Numa vontade sem pensar.

A maior da maior das dores,
Rasga a fibra do meu peito,
Devora-me esse seu jeito,
De falar com o seu olhar.

Seu olhar hoje diz pra mim,
Que minha paixão não vale nada,
Que você é livre e bem amada,
Sou eu que preciso de você...

A maior da maior das dores,
É o mundo perder as cores
No toque dos seus amores,
Minha pintura começa a morrer."


George Lai

domingo, 11 de março de 2012

Pequeno Conto ...





Era uma vez um pequeno Verso,
Que não escrevia um conto qualquer,
Nem lembrava uma ode sequer,
Como almejava o pobre poeta.

O verso desenhado em cada página,
Buscava encontrar um só segredo,
Que desvendasse seus amores e medos,
Sem nunca, nunca, deixar de sonhar.

Triste era o pequenino Verso
Que nem no dicionário mais diverso,
Encontrou palavras para poder versar,
Esqueceu-se dos poemas, jogou-se no mar...

Grandes mares de infinitos encantos,
O Verso escutava apenas os cantos,
Das sereias que colocavam-se a cantar,
Os segredos mais profundos,
Das profundezas do mar...

De segredos em segredos a saltar,
O Verso encontrou aquilo que buscava,
Era a Música, sua amada,
Que sozinha cantava
O que Verso achava ser um grande segredo...

Cantava ela e ele escrevia,
Para que suas linhas virassem estrofes,
E suas estrofes virassem poesia :

“São tantos diferentes sons,
De incompreensíveis e belos tons,
Que trouxera-me até ela ...
Como melodia, criatura mais bela...
Saudade de nunca mais esquecer...”

E feliz foi o Verso,
Enquanto o mar engolia,
O que restava de sua tinta,
E ele desapareceu...

Deixou sua amada, tão bela intocada...
Cantar pelos Oceanos, sua última canção
“Como melodia, canção mais bela...
Versos não seriam poesia sem ela...”

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Página Vazia



"A página vazia
Não precisa de assunto.
É tema por si só.


E se não houvesse página?
Não há como dizer...
Páginas são só páginas,
E paginas elas devem ser.


O vazio da página,
É tão vazio por completo,
Que nem o poeta mais seleto,
Precisaria suja-la com palavras.


As páginas que estão vazias,
Não necessitam de um poeta.
É o poeta que necessita,
Das suas pobres poesias,
Rabiscadas nas páginas vazias."


Kuosan

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O último poema de amor ...







O último poema de amor
Que rabisco em nome dela,
Não conta uma paixão aflita,
Nem são promessas escritas,
Ou um adeus para dizer.

É só mais um poema de amor,
Que dispensa a visita da dor,
É uma despedida singela.

O último poema de amor,
É um resumo de toda sequela,
Das últimas lembranças dela,
Que um dia guardei em mim.
Que agora já esqueci,
E não faço questão nunca mais.


-  Dedicado a ELA, pela última vez -
Lai  Kuosan

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Poema, Poesia, Métrica ...

Kuosan Lai


"Meço poesia metro por metro

Métrica, ritmo, estrofe, verso.

Medida, sílaba, verbo também.

Poema da rima, pobre, de alguém.


Poema é vida e da vida, é além.

É sussurro, grito, verbo de ação.

Que da eloquência, faz de graça,

E traduz , alegre, tamanha prolfaça.


Poema é poesia se acaso sinestésico,

Poesia é amor, e do amor, anestésico.

Poema são transcrições dela, minhas,

A saudade que ela deixa é que são poesias..."

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Segredo...( O nome que não posso dizer )


Por ela eu escrevo,

Um poema a cada dia.

Um detalhe em cada verso,

Um suspiro a cada linha.


Risco rimas em segredo,

Escrevo risos, traço medos.

Busco em tantos devaneios,

Encontra-la em algum lugar.

Compacto essa dor dentro do peito,

Admiro-a em traços perfeitos.


Misturo algumas rimas

Ah! O Olhar que só ela tem...

Infinito refém, infinito refém,

Amo-a hoje, amanhã, ontem.


Sinto esvair minha poesia,

Quando ela não quer ver.

Quando ela não quer ler,

Eu nem consigo escrever.


Meus poemas acumulam,

Como aquelas fotos antigas.

Jogados em um canto esquecido,

Como esse amor que não será nada.


Além de uma lembrança minha,

Quando você se esquecer,

O quanto eu amo você,

E sua tamanha indiferença.


Seu nome é um segredo

Eu sofro, choro, tenho medo,

Em cada poema que eu escrevo,

Para tentar te esquecer.


Por você eu escreveria,

Um poema a cada dia,

Lembrando o quanto eu te amo,

E que nunca fará diferença.”


Kuosan Lai